Tarifa de energia elétrica acumulou alta de 1.299%, enquanto inflação foi de 326%
Entre 1999 e 2024, a tarifa de energia elétrica no Brasil acumulou uma alta de 1.299%, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal indicador da inflação do país, subiu 326%. Os dados são de um levantamento divulgado pela Ex Ante Consultoria Econômica, a partir de análise dos preços médios do setor elétrico e dos índices oficiais de inflação (Fonte: Canal Solar).
Esse descompasso revela que o preço da conta de luz cresceu quase quatro vezes mais que o custo médio de vida do brasileiro no mesmo período, pressionando diretamente o orçamento doméstico e a estrutura de custos de empresas em diversos setores.
Alimentos e materiais de construção entre os mais afetados
O aumento expressivo da energia elétrica tem impacto direto sobre os preços de itens essenciais. Segundo o estudo, o custo do pão francês aumentou 509% desde 1999, sendo 85% desse valor explicado pela alta da energia. Produtos como leite longa vida e queijo tiveram aumentos de 86% e 92%, respectivamente, também impulsionados pelo custo energético.
No setor de construção civil, o cimento acumulou uma alta de 218%, com grande parte desse aumento também associada ao consumo intensivo de energia em sua produção. Esses dados evidenciam como a energia elétrica deixou de ser apenas uma despesa de consumo e se tornou um fator central na formação de preços da economia brasileira (Fonte: Poder360).
Conclusão: o custo da energia como vetor da inflação
Com crescimento muito acima da inflação, a energia elétrica tornou-se um dos principais vetores da perda de poder de compra no Brasil. Seu impacto vai além da conta residencial: afeta cadeias produtivas, encarece produtos básicos e gera efeitos em cascata em toda a economia. A análise desses dados reforça a necessidade de medidas que reduzam a dependência de tarifas voláteis e incentivem fontes energéticas mais acessíveis e sustentáveis.